por Jade Coelho / Ailma Teixeira
Ao participar da entrega do principal presente de Iemanjá, na manhã desta terça-feira (2), o babalorixá Leonel Monteiro, presidente da Associação Brasileira de Preservação Afroameríndia, contou que o diferencial na oferenda preparada este ano é composto pelos pedidos feitos à Rainha do Mar. "Pra que a gente consiga vencer a pandemia e que menos vidas sejam ceifadas por conta dessa pandemia, esse é o pedido especial", afirmou à imprensa.
Foto: Jade Coelho/ Bahia Notícias
Justamente por conta da pandemia, a tradicional festa com a presença de milhares de pessoas na Praia do Rio Vermelho não será vista este ano. A Prefeitura de Salvador interditou a praia e recomendou que as pessoas usassem outros pontos da cidade para prestar suas homenagens.
Para Monteiro, a medida é adequada já que as pessoas, movidas pela fé, poderiam gerar grandes aglomerações no local. "A gente tem números de um milhão de pessoas [no evento], então não seríamos irresponsáveis nesse momento de fazer dessa forma", reforça. Ainda assim, um grupo foi até a praia e acompanhou a celebração da calçada (veja aqui).
O babalorixá sustenta que o mais importante é manter a tradição e colocar em prática o que foi aprendido com os ancestrais, "rainhas e reis negros africanos que foram escravizados". "É o momento da gente passar também esse conhecimento para os nossos mais novos e assim perpetuar um culto em um país onde a intolerância religiosa é muito grande, mas nós resistimos, existimos e vamos continuar cultuando aquilo que acreditamos ser o bem da humanidade", clamou. Com a tradição mantida, a Festa de Iemanjá já ocorre há quase 100 anos.
Fonte: Bahia Noticias
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