MARCELO SANTANA RELEMBRANDO A NOSSA HISTÓRIA
Lembro-me dos tempos em que a "queima" de Judas era feita na Pça Martiniano Maia, Centro de Lauro de Freitas, sendo "testamenteiro" o saudoso JOSÉ BONIK, o popular GEO. Era uma festa! A praça ficava lotada. ÀS 23 HORAS COMEÇAVA O SARRO E A ESCULHAMBAÇÃO e todos ficavam atentos para a leitura dramática de Geo e sua cambada, organizadores do testamento, incluindo aí também o saudoso vereador Lafaiete, o homem dos porrotes e criador do Bloco dos Cornos. Era na hora da leitura do testamento que o Judas sacaneava com todo mundo, compartilhando com bom humor as coisas materiais e espirituais da sua vida aqui na terra e o eu sofrimento pós-morte, pois logo após a leitura o Judas era malhado e finalmente queimado e explodido. Triste fim de um traidor. O Judas sabia da vida alheia como ninguém, sabia detalhes íntimos e às vezes após o testamento alguém se "retava" e ia dar queixa na Delegacia de Policia, mas normalmente a queixa era arquivada, afinal o Judas já tinha sido queimado e já estava no inferno. O delegado perguntava como ia abrir um inquérito contra o Judas?
As pessoas se aglomeravam em torno do testamenteiro e Judas para ouvir o que o miserável do Judas tinha "deixado" para ele ou ela. Muitas vezes a lembrança era constrangedora, mas o "lembrado" nada podia fazer. A cada citação de nomes de pessoas da comunidade as gargalhadas explodiam, depois era pausa para nova leitura e novo suspense. Ah! Era um alívio quando o Judas nada deixava, mas Geo já avisava "próximo ano você poderá ser incluído no testamento". Aí era só esperar a próxima "queima do Judas", pedindo a Deus que seu nome não fosse incluído na maldição do Judas.
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