Jornal do Brasil
O país que um dia foi o país do futuro, hoje só terá futuro se as instituições refletirem e pedirem ao povo que as substitua. Não pode um povo com fome, com desemprego, sem segurança, sem educação e sem saúde assistir ao que está assistindo, em termos de desmoralização do poder constituído.
O que espera esse poder, que não é poder? É "empalhado" no poder. Onde esse poder "empalhado" pode imaginar que o povo possa ter o direito de respeita-lo, quando esses senhores são destruídos por poderes maiores que eles mesmos indicaram, mas que não podem ludibriar o povo dando cobertura a esses marginais. São um terceiro ou quarto escalão de poder, o poder de polícia, e um poder do judiciário que há 30 anos não tinha esse poder que lhe foi auferido por quem hoje esses senhores apontam como corruptos com provas e documentos.
O que espera esse poder ou esses poderes, os escolhidos pelo povo ou também os escolhidos por este poder que o povo escolheu? Já há uma consciência de que o povo escolheu mal. As exceções quase não existem mais. Se existem, há ainda o resquício de dizer que caixa 2 não é crime. Mas o que o povo vê e tem certeza é que uma campanha não pode custar menos do que os salários que esses senhores ganham nos quatro ou oito anos de mandato. Tendo um custo de eleição maior do que os salários que recebe, não se sabe como quase todos aumentaram seu patrimônio. E aqueles que disserem que não aumentaram seu patrimônio, não podem esconder que sua qualidade de vida melhorou muito.
O povo não precisa mais que o enganem. O povo já sabe tudo, vê tudo. Por isso esse ódio que o povo parece nutrir pelos poderes. O povo, o mais sofrido, se solidariza mais com o criminoso nas suas comunidades mais carentes, e vários segmentos da sociedade não entendem. Mas é tão fácil de entender. Como uma comunidade pobre não tem que hipotecar solidariedade àqueles que são os únicos solidários a eles nos momentos de suas necessidades. O poder do Estado foi substituído pelo poder daqueles que atendem, em lugar do Estado, suas necessidades muitas vezes de saúde e da própria morte.
O que mais se estranha neste momento é o silêncio dos poderosos, tanto dos poderosos econômicos como também dos próprios poderosos religiosos, que parecem não acompanhar a solidariedade que até o Vaticano oferece e hipoteca nessa crise que o mundo também assiste na Europa, no Oriente e na África.
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