11 de julho de 2014

Um dos "legados" da Fifa para o Brasil.


    Nossa policia expôs a decadência da Fifa

Justiça nega habeas corpus a 'tubarão' da máfia dos ingressos, Ray Whelan

Polícia Civil e Ministério Público já consideram como foragido o diretor da empresa Match, parceira da Fifa


A Copa do Mundo no Brasil serviu para mostrar que  o país tem capacidade de realizar grandes eventos e promover uma alegre e organizada Babel dos tempos modernos ao receber com carinho e conforto nas ruas, aeroportos e hotéis milhares e milhares de estrangeiros.
Mas o evento contribuiu para muito mais do que a demonstração ao mundo de uma admirável festa esportiva. Foi aqui, depois de quatro Copas, que a polícia do Rio de Janeiro e o Ministério Público desfecharam um golpe duríssimo na quadrilha internacional que vendia ingressos desviados da própria Fifa. Fato que, por si só, escancara a competência de agentes policiais brasileiros e que deve agora transferir o sentimento de viralatice para as forças de segurança da França, Coréia/Japão, Alemanha e África do Sul, sedes dos últimos mundiais, onde a bandalheira também correu mais solta do que a bola.
A polícia do Rio pilhou o bando e levou às cordas os maiorais da Fifa, entre eles seu presidente Sepp Blatter. Afinal é um homem chamado Phillippe um dos mentores de todo o esquema fraudulento, como diz o especializado jornalista inglês Andrew Jennings. E quem é Phillippe? Simplesmente sobrinho de Blatter e sócio da empresa Match, vendedora exclusiva de todos os três milhões de ingressos no Brasil.
As ligações entre a Fifa e a Match são tão intestinas que esta última, recentemente, recebeu da instituição dirigida por Blatter um empréstimo de 10 milhões de dólares para dar andamento ao processo de negociação dos ingressos. E quanto de juros a Fifa cobrou? Zero, isso mesmo, zero. E qual era a data do pagamento destes 10 milhões? Janeiro de 2015, quando o butim estivesse encerrado.
Blatter mostra indignação. Quem acredita nela é capaz de acreditar em tudo. Ele é o manda-chuva da entidade que preside, desde 2001, mas já dava as cartas em 1998, como secretário-geral.
A Copa chega ao seu final com todos os méritos para o Brasil fora de campo e humilhação no gramado. Exatamente de maneira inversa das apostas feitas pela imprensa: sucesso em campo e fracasso fora dele. Mas o grande legado que o Brasil deixa ao mundo em especial a americanos e ingleses, que jamais nutriram confiança em Blatter e seus malfeitores, é o desbaratamento desta quadrilha que expõe a todos os continentes que o chamado padrão Fifa não passa de um miasma. E como fede.

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