Fotos foram encontradas em celulares apreendidos durante uma operação de revista geral em dezembro de 2014.
Uma série de fotos divulgadas por agentes penitenciários de Salvador mostram internos em um churrasco e outros fazendo uso de esteira ergométrica na Penitenciária Lemos Brito. Os registros, encontrados em celulares apreendidos durante uma operação de revista geral em dezembro de 2014, foram repassados pelo Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia (Sinspeb-BA) à Folha de S. Paulo, que denunciou o caso nesta segunda-feira (2).
Foto:Divulgação/ Sinspeb-BA
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Em entrevista ao Correio24horas, o presidente do Sinspeb-BA, Reivon Sousa Pimentel, informou que os presos têm o costume de fotografar festas para repassar a outros internos e a pessoas fora do presídio. De acordo com ele, os registros em questão foram feitos dentro das próprias celas. "Não há condições de os servidores monitorarem todas as celas pela própria estrutura do complexo penitenciário. Além da Lemos Brito, o Complexo Penitenciário da Mata Escura conta com outras oito unidades e o monitoramento por câmera é muito precário, há muito ponto cego", contou.
Ainda de acordo com Pimentel, as fotos já haviam circulado na imprensa local em dezembro do ano passado quando foram encontradas pelas agentes."Estamos denunciando essa situação há mais de um ano e, em dezembro, quando encontramos esse material, anexamos tudo e enviamos ao governo, às entidades envolvidas com a questão prisional e também aos Ministério Público Federal e Estadual", lembrou.
Com capacidade máxima para 771 presos, a Lemos Brito tem hoje cerca de 1.315 detentos, de acordo com levantamento feito pela Folha de S. Paulo. Além das farras, os presos contam com regalias como esteira e bicicleta ergométrica, liquidificador, celulares e outros ilícitos dentro das celas.
Segundo o sindicato, há entrada livre de pilhas de refrigerante, de frango, feijão e carne. Todo material é vendido pelos presos em lojas improvisadas. "Esse tipo de coisa é arremessado pelos comparsas dos presos de fora para dentro do presídio. Como não há muros, nem cercas, eles entram livremente pela mata, com mochilas carregadas de material ilícito e as arremessam por cima da unidade prisional", detalhou.
Foto:Divulgação/ Sinspeb-BA
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Pimentel também afirma que a bicicleta e esteira ergométricas entraram na unidade com autorização da diretoria de questão prisional. "Nesses casos, nós só temos que obedecer uma determinação. Se é para entrar, vai entrar. Não temos condições de fazer a vistoria devida no material porque não temos equipamento de raio-x, nem body scanner", lamentou.
Procurada, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado da Bahia informou que a denúncia dos servidores chegou ao governo ainda em dezembro. Os presos identificados nos registros foram transferidos de unidade prisional e um processo administrativo foi aberto para apurar o caso.
"Tomamos conhecimento deste fato no ano passado. Isso foi trazido para a Secretaria de Administração Penitenciária pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários, de que na Penitenciária estava havendo algumas regalias", informou o superintendente da Seap, major PM Júlio César Ferreira dos Santos.
"Tomamos conhecimento deste fato no ano passado. Isso foi trazido para a Secretaria de Administração Penitenciária pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários, de que na Penitenciária estava havendo algumas regalias", informou o superintendente da Seap, major PM Júlio César Ferreira dos Santos.
O Ministério Público Estadual, através do promotor Edmundo Reis, instaurou um inquérito civil para apurar as condições gerais da unidade. O procedimento deve resultar em uma ação civil pública que poderá pedir, em última instância, a interdição da cadeia.
FONTE: CORREIO DA BAHIA
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