O presidente do DEM, ACM Neto, enfrenta a primeira grande crise no comando nacional da legenda
Foto: DivulgaçãoPor Henrique Brinco
O presidente do DEM, ACM Neto, enfrenta a primeira grande crise no comando nacional da legenda. Uma sucessão de acontecimentos desde o fim do ano passado ameaça o crescimento da agremiação - que se declara independente do presidente Jair Bolsonaro, mas com membros que ainda flertam com o bolsonarismo. Na última semana, saíram notícias de que dois grandes quadros nacionais deverão deixar o grupo.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, deve se filiar ao PSD, presidido por Gilberto Kassab. O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), ex-presidente da Câmara, também deverá seguir o mesmo destino. Desde a eleição que escolheu Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara dos Deputados, Maia e seus aliados romperam com o baiano. Na ocasião, Neto foi acusado pelos correligionários de ter supostamente negociado o comando do Ministério da Educação em troca da neutralidade do partido na disputa - resultando em uma debandada da sigla do bloco de apoio à candidatura de Baleia Rossi (MDB), apoiado por Maia.
O deputado federal Elmar Nascimento (PSL) também acertou a ida para o PSL. A informação foi confirmada pela equipe da deputada federal Dayane Pimentel, presidente do partido na Bahia. Os dois deverão fazer um anúncio em conjunto, em breve. A migração é fruto de uma insatisfação de Elmar também iniciada na corrida eleitoral para a presidência da Câmara. O parlamentar tentava construir maioria para comandar a Casa. Contudo, se sentiu abandonado por Maia e Neto aos 45 minutos do segundo tempo.
Outra polêmica recente no partido foi a criação de um núcleo para tratar de pautas identitárias, "DEM Diversidade", gerando insatisfação nas alas mais conservadoras do partido em relação ao presidente da sigla. O deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), que deverá ser líder da bancada evangélica em 2022, pretende entrar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para pedir que seja expulso da sigla. Consigo, promete levar até nove colegas. Um deles é o ex-deputado baiano José Carlos Aleluia, que há tempos mede forças com Neto na Bahia. Ele também não concorda com o núcleo destinado a políticas de inclusão de LGBTQIA+, classificando-o como "pauta da extrema esquerda".
A guerra interna contra Neto tem como pano de fundo ainda a intenção do ex-prefeito de Salvador em concorrer ao Governo da Bahia na eleição de 2022. A avaliação dos seus algozes é que, se for derrotado no pleito, o presidente do DEM estará liquidado politicamente.
VICE DE BOLSONARO? - Rodrigo Maia disse ontem que ACM Neto pode ser candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro. "Não tenho muita informação, mas é minha análise. É como vejo a construção do Democratas nesse momento, muito próximo do Planalto. E se minha análise estiver certa, Roma é candidato a governador da Bahia", afirmou, em entrevista à Metrópole FM.
Fonte: Tribuna da Bahia
Nenhum comentário:
Postar um comentário