BRASÍLIA — Dividindo as atenções com o jogo do Brasil contra o Chile nas oitavas de final da Copa do Mundo, o presidenciável Eduardo Campos oficializou a sua candidatura à Presidência da República, em convenção do PSB em Brasília. Campos estará de mãos dadas com Marina Silva, sua vice, a quem pretende dar no início da campanha um espaço quase idêntico ao que ele mesmo receberá. O cenário já montado hoje no centro de convenções, com os dois expostos com o mesmo tamanho, e o “jingle” de campanha, divulgado hoje pelo presidenciável, são uma demonstração clara.
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O discurso do ex-governador de Pernambuco, que encerrou o evento, seguiu a linha de aposta na mudança, com retomada do crescimento, mas sem propor uma ruptura. Campos acredita ter mais a ganhar com um tom de avanços a partir do cenário atual, oferecendo "um novo ciclo" de conquistas, do que propondo rompimentos, como tem feito o tucano Aécio Neves. Uma das preocupações de Eduardo Campos é insistir em divulgar a ideia de que os programas sociais do governo, como o Bolsa-Família, não serão interrompidos caso seja eleito. Campos deverá reforçar a crítica à polarização PT-PSDB e perpassar em sua fala valores como ética, diálogo, justiça, eficiência, superação, paz, competência, inovação e humanização.
Um dos problemas que não pôde ser contornado para o sábado, apesar de alertas de assessores, foi o fato de a convenção ocorrer no mesmo dia em que a seleção brasileira irá disputar contra o Chile pela Copa do Mundo. Para minimizar uma possível evasão de torcedores, Eduardo mandou que fossem colocados telões no local para transmissão do jogo. Sua ideia foi terminar o evento antes das 13h, hora prevista para o início da partida, mas, caso isso não seja possível - além do ex-governador e de Marina Silva, devem fazer discursos representantes de outros partidos da aliança - ele mesmo deverá assistir ao jogo no local.
- Não tínhamos boa escolha para a data da convenção, então vamos colocar esses telões e, dependendo de como vai ser, eu vou assistir o jogo lá mesmo - disse hoje.
O evento foi iniciado com a projeção de um vídeo mostrando o "processo de construção" da aliança entre PSB e a Rede de Marina Silva, que surpreendeu o meio político em outubro do ano passado, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negar o registro da Rede.
Segundo assessores, após os presidentes dos demais partidos da aliança - PHS, PRP, PPL e PPS -, Marina discursou reafirmando os princípios que sustentam a união com o PSB e abordando de forma mais aprofundada como pretende fazer uma transição para um modelo de desenvolvimento sustentável caso a chapa vença a eleição. A ex-senadora também aproveitou o momento para criticar PT e PSDB e a polarização entre os dois partidos no debate eleitoral.
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