Uma educação pública de qualidade que possibilite a formação de cidadãos críticos, autônomos, resilientes e protagonistas da sua própria história, é de fato, uma fábrica de democracias e a principal arma para o progresso, o desenvolvimento sustentável e a transformação do mundo.
Sonho em ver uma educação alicerçada nos valores humanos, no multiculturalismo e na pedagogia do afeto, na qual os diferentes não sejam apenas tolerados, mas apreciados. Almejo também uma organização curricular baseada na pedagogia de projetos de modo que o conhecimento seja produzido de forma transdisciplinar e as múltiplas inteligências e níveis de consciência do ser cognoscente ( aprendente) sejam reconhecidos e estimulados.
Sonho também com a concretização de uma política salarial consistente, capaz de tornar a área atrativa, com professores recebendo um salário base de doze mil reais, trabalhando em sala de aula apenas um turno e no oposto desenvolvendo atividades de pesquisa e planejamento.
Imagino professores sendo capacitados constantemente por meio de cursos de aperfeiçoamento profissional (cursos livres, especializações, mestrados e doutorados) ofertados gratuitamente pelo Estado e sendo vistos como a flor de lótus de uma sociedade.
Anseio que em cada Escola Pública tenha uma equipe multidisciplinar composta de psicólogos e assistentes sociais para atender demandas internas e externas que afetam o comportamento e aprendizagem significativa dos estudantes. Sonho todos os dias com escolas mais humanizadas , atrativas e adaptadas, com auditórios, piscinas, laboratórios, bibliotecas e salas amplas, com multimídias e climatização. Salas com apenas 15 alunos por turma, onde os estudantes possam produzir o conhecimento utilizando as novas tecnologias da informação e da comunicação, onde eles estudem em tempo integral, tendo a oportunidade de almoçar na escola e participar de cursos técnicos, oficinas de artes ( dança, poesia, teatro), atividades esportivas ( futebol, xadrez, artes marciais) e holísticas ( meditação, visualização criativa). Dessa forma, criaríamos uma educação inclusiva, corporal, poética e filosófica, por meio da qual o individuo seria reconhecido na sua globalidade. Nessa Ecologia dos Saberes, a Educação estaria em comunhão com a vida.
Com o intuito de fortalecer a relação escola-comunidade, na escola dos meus sonhos, os discentes deveriam apresentar os seus trabalhos para a comunidade, na praça pública mais próxima, sendo avaliados de forma processual. Eles teriam que identificar os problemas do seu bairro e propor soluções ricas e criativas. Participariam todo mês de atividades extra-classe em espaços propícios para a produção e vivência do conhecimento, tais como: museu, cinema, teatro, centros de cultura, universidades, parques naturais, reservas indígenas, comunidades quilombolas, etc.
Na Escola dos meus sonhos, os mestres populares e demais referências seriam convidados para participar de atividades nas escolas onde eles falariam sobre assuntos de grande relevância social. Haveria também um sistema de comunicação escolar composto de um jornal e uma rádio cujos conteúdos seriam criados pelos próprios alunos, tendo em vista a socialização das informações relativas a comunidade escolar.
Nessa realidade, as escolas só poderiam funcionar com base numa pesquisa semestral com foco na escuta dos alunos, funcionários, professores e profissionais sobre o que eles pensam acerca da unidade escolar. Assim sendo, o colegiado escolar, o grêmio estudantil e a rede de parceiros da escola seriam ampliados e fortalecidos criando métodos avaliativos que possibilitem respostas criativas e eficientes às questões levantadas. Nessa gestão democrática e autônoma, as relações hierárquicas seriam horizontais, tendo como eixo central a aprendizagem significativa e colaborativa.
Na educação pública dos meus sonhos, os pais dos alunos participariam, a cada dois meses, de atividades na unidade escolar, para juntos com o corpo docente, refletir sobre o desenvolvimento dos seus filhos. Tudo com base em metas e estratégias.
Portanto, quando essas utopias se tornarem realidades, teremos uma sociedade mais criativa, saudável, humana, produtiva,sustentável, capaz de manifestar os altos valores éticos, morais e estéticos que desenham um novo e revolucionário processo civilizatório. Essa é a educação dos meus sonhos. E qual é a sua?
Com intuito de criar uma atmosfera criativa de sugestões para a construção de uma educação pública de qualidade, lanço a campanha: “ A Educação Pública dos meus sonhos” Envie o seu artigo, que publicarei no meu blog.
Tássio Revelat ( Historiador, pós-graduado em Docência do Ensino Superior, Conselheiro Municipal de Educação de Lauro de Freitas e Poeta.) Tassiohist@gmail.com / http://tassiohist.blogspot.com.br/ — com Ladislau Leal e outras 19 pessoas.
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