- A presidente Dilma Rousseff discursa com Jaques Wagner ao fundo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode se tornar assessor especial da Presidência da República se não puder assumir a Casa Civil, disse nesta quarta-feira (23), o ministro Jaques Wagner, chefe do Gabinete Pessoal da presidente Dilma Rousseff.
Em entrevista a mídia estrangeira, Wagner voltou a criticar o impeachment, alertando que ele significará um agravamento da crise econômica e não sua solução, como defendem os favoráveis ao afastamento de Dilma da Presidência.
Deslocado neste mês do comando da Casa Civil para a chefia de gabinete de Dilma de forma a abrir espaço para Lula no ministério, Wagner disse que caso o ex-presidente não possa assumir como novo titular da pasta deve ser mantido no governo em outra posição, como assessor especial.
Crise no governo
De acordo com o ministro, seria mais legítimo em uma crise de popularidade que se propusesse antecipação de eleição, "pois o governo que vai sentar lá não vai ter legitimidade" no caso de um processo de impedimento.
O ministro ressalvou que antecipar eleições não está previsto na Constituição e que precisaria ser aprovado por meio de emenda constitucional. O ministro afirmou ainda que a questão não está na pauta do governo. Wagner, porém, mostrou confiança que o governo pode evitar o impeachment na Câmara dos Deputados. "Não digo que teremos base de 250 votos contra impeachment, sou favorável a escolher 220 a 230 para garantir fidelidade", disse, acrescentando que, pela contabilidade do governo, há votos na Câmara para barrar o impeachment.
Lula como ministro
Lula foi empossado novo ministro da Casa Civil no último dia 17, mas a nomeação foi parar na Justiça devido a diversas ações questionando a legalidade de o ex-presidente assumir um ministério no momento em que é alvo das investigações da operação Lava Jato. O governo recorreu, mas a posição foi mantida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
Mendes suspendeu a posse de Lula em decisão liminar, depois da divulgação de áudios anexados em um processo da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná em que Dilma avisa a Lula que está enviando um emissário com o termo de posse do ex-presidente na Casa Civil para que use "em caso de necessidade".
O diálogo gerou interpretações de que o termo de posse poderia ser usado pelo ex-presidente para evitar uma eventual prisão no âmbito da Lava Jato. Dilma rejeitou essa interpretação e disse ter enviado o documento para que Lula o assinasse, pois havia risco de ele não poder comparecer à cerimônia de posse na pasta.
Dois outros ministro do STF --Luiz Fux e Rosa Weber-- também negaram o habeas corpus movido pela AGU (Advocacia Geral da União) e mantiveram a decisão de Mendes até que seja colocada em plenário.
A Corte já tem 22 ações que discutem a possibilidade de o petista assumir um ministério no governo Dilma.
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