PMDB pró-rompimento se rebela contra permanência de ministros no governo.
Depois de tornar-se majoritário, o grupo que articula o rompimento do PMDB com Dilma Rousseff se move para evitar uma manobra da ala que ainda resiste ao desembarque. Acertados com o Planalto, os sete ministros que representam o partido na Esplanada tentam obter uma espécie de salvo-conduto para permanecer no governo mesmo depois que a legenda se bandear para a oposição. Para evitar punições, esses ministros se licenciariam do PMDB.
Pioneiro da causa do rompimento, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) disse: “Não vamos aceitar esse tipo de coisa. Assim como não existe meia gravidez , também não pode existir meio rompimento. Não é razoável que, depois da decisão de romper, filiados do partido permaneçam no governo como ministros licenciados do PMDB. Isso seria a desmoralização.”
A decisão sobre o rompimento será tomada em reunião do diretório nacional do PMDB marcada para terça-feira (29). Os partidários da tese estimam que prevalecerão sobre a ala governista com mais de 75% dos votos. A despeito disso, amanheceram inquietos neste sábado. Deve-e a excitação a uma declaração feita na véspera pelo ex-ministro Moreira Franco. Fiel aliado do vice-presidente Michel Temer, Moreira levou o rosto ao 'Jornal Nacional' para informar que o partido não vai exigir a saída dos ministros a qualquer custo.
Eis o que disse Moreira ao telejornal da Globo: “O fato de o PMDB tomar essa decisão na terça-feira necessariamente não vai significar que os ministros saiam batendo porta e deixem os assuntos graves pendentes sem que haja um encaminhamento político-administrativo às questões. Evidentemente vai se discutir um mecanismo para isso, que pode ser um prazo, que pode ser até aqueles que quiserem ficar, que quiserem cumprir, eles devem se desfiliar, pedir uma licença do partido.”
A reação foi instantânea. Numa troca de telefonemas, os partidários do impeachment de Dilma fecharam questão contra a permanência dos ministros. O próprio Michel Temer foi avisado de que o grupo não aceitará o rompimento pela metade. Esse mesmo grupo impediu na semana passada outra manobra. Sob influência de Lula, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) tentou, sem sucesso, adiar a reunião desta terça para o dia 12 de abril.
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