PÉ DE OITI TEM MUITAS HISTÓRIAS
Marcelo comenta
Na nossa meninice, no tempo do Colégio Ipitanga de D. Dedé, um certo Rodolfo Escroto com seu cavalo pangaré assustava a meninada nas imediações do Pé de Oiti, era lá também que Wilson Maluquinho encerrava as atividades do Bloco Mirim Filhos do Mar e por lá também passava a saudosa vereadora D. Popó, desfilava com seu Afoxé, era também lá que os biriteiros da velha guarda, trocavam ideia depois que o bar do saudoso Sidnei encerrava o expediente (onde hoje é a Ortra), lá também os moleques contavam uns aos outros as suas experiencias com as meninas da cidade. Lá se sabia quem estava grávida ou quem tinha traído o marido, ou quem devia aos donos dos botecos da cidade.
A Festa do Pé de Oiti começou com uma brincadeira de antigos boleiros da cidade. lembro-me que o popular Xilo, comandava a organização do evento, arrecadava trocados para a compra de garrafões de vinhos (talvez uma homenagem inconsciente a Baco). Pouco a pouco a lavagem do oitizeiro foi se incorporando aos festejos de fim de ano de Lauro de Freitas.
O Oitizeiro é uma espécie de ouvido da cidade e desde as antigas foi o ponto de encontro de vária gerações. No ano de 1982, ano de eleições só para vereador, ainda éramos área de Segurança Nacional, os candidatos do então revolucionário PMDB, La Faiete (se elegeu vereador), Sufi (se elegeu), Reis Povão (suplente), Wotikins Araújo (o mais votado na história politica de Lauro de Freitas, com o leitorado de hoje seriam mais de 7.000 votos) e outros próceres do partido, faziam suas reuniões no Pé de Oiti.
Foi no oitizeiro que em 1985, Lelito Pinheiro dos Santos, mais conhecido como "Mago Blue", lançou o polêmico Jornal Folha do Oiti, que só foi editado uma só vez, em oposição ao então Prefeito Gerino (PDS), que apoiava Paulo Rosa(PTB). Naquela época houve denuncias contra GG por ter feito uma aureola de cimento cercado a árvore.
No Pé de Oiti se sabia de quase tudo que se passava na cidade. Outrora Lauro de Freitas não passava de 10 mil habitantes. Foi no mesmo Pé de Oiti que um grupo festeiro comandado pelo então vereadores Lafaiete e Sufi lançaram o Bloco dos Cornos que deu muito o que falar, chegando ao ponto dos "ofendidos" de plantão prestarem queixas na delegacia.
Era lá também que tocávamos violão com Bira, Eli Gavião, Perú Cagou, Jorge de Mima e outros. Para irem as festas da cidade nos clubes Santos ou Ipitanga, as moças desfilavam suas roupas novas e a passarela era em frente ao oitizeiro, se aprovadas eram aplaudidas pela galera, senão recebiam "porrotes" (som obsceno com a boca) em sinal de desaprovação, assim era o Pé de Oiti.
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