A situação não está fácil para os trabalhadores da Colônia de Pesca Z57, localizada em Buraquinho, região de Lauro de Freitas. Imagens divulgadas pelos gestores da Colônia mostram o local com a estrutura precária. Pedaços de concreto desabaram do teto atingindo móveis e outros objetos no local. A maior parte do forro já foi destruída e há cupim nas paredes. Além disso, há ferragens expostas e enferrujadas, e a fiação de energia se encontra mal instalada.
A colônia que já existe há 40 anos, só foi registrada em 1995, e teve o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) aberto em 1998, apesar de ser liberado apenas em 2019. Há 119 associados, sendo 54 que trabalham diariamente e outros 65 que exercem a pesca ou a mariscagem quatro ou seis vezes ao mês. De acordo com o secretário da Z57, Bruno Ribeiro, a Defesa Civil, através da Prefeitura de Lauro de Freitas, esteve no local para fazer uma vistoria na semana passada e o laudo entregue ontem (26) revela que o espaço precisa ser desocupado imediatamente.
“Aconteceu o que nós temíamos. Disseram que infelizmente não há condições nenhuma para que nós continuemos ali. Pediram para que retirássemos nossos materiais, equipamentos, motores e redes, porque eles não podem se responsabilizar por qualquer acidente que possa ocorrer. Mas o que vamos fazer agora, para aonde vamos? Onde vamos guardar todo esse material? Precisamos de uma solução para exercer a nossa função. Vou tentar falar com a prefeita para saber o que será feito quanto a isso”, comenta Bruno Ribeiro.
Bruno comentou também que os pescadores da colônia não receberam o seguro de emergência após o acidente que causou manchas de óleo nas praias, o que prejudicou a pesca e gerou prejuízo para a classe. “A Prefeitura fez o cadastro, pegou os dados e até hoje não tivemos resposta e nem fomos procurados depois disso”. Em dezembro de 2019, a prefeita Moema Gramacho esteve na colônia para tratar com os pescadores sobre os detalhes para o recebimento do seguro que deveria ter sido pago pelo Governo Federal.
O diretor da ONG Rio Limpo, Fernando Borba, comenta que a Colônia de Pescadores Z57 precisa ser reformada para atender às necessidades dos trabalhadores. “A estrutura da colônia que abriga os instrumentos de pesca e a oficina para conserto dos motores estão desmoronando. Estamos pedindo à prefeita Moema que nos ajude a fazer um reforço na estrutura da laje e da colônia, em geral. Os trabalhadores não podem perder o único lugar que abriga a estrutura de trabalho deles. São mais de 100 famílias que dependem disso”, ressalta.
Borba disse ainda que a prefeita entrou em contato com ele para informar que autoriza o aluguel de um imóvel para alojar os equipamentos dos pescadores temporariamente. “A prefeita demonstra todo interesse em realizar as obras de restauração da sede da Colônia de Pesca Z57, de Buraquinho e já autorizou ao presidente da Colônia, senhor Manoel Sá, a procurar um imóvel nas proximidades da foz do Joanes, para que a Prefeitura possa alugar para funcionar como sede provisória, enquanto durar as obras de restauração”, falou à Tribuna.
Após contato da Tribuna da Bahia com a Prefeitura de Lauro de Freitas por dois dias seguidos, a assessoria nos enviou a seguinte nota: “Com laudo da Defesa Civil concluído, a Secretaria Municipal de Infraestrutura realizou, na última segunda-feira (25), levantamento técnico da sede da Colônia de Pesca de Buraquinho e definiu pela interdição temporária do imóvel. Os passos seguintes, de acordo com a Seinfra, incluem a elaboração de projeto de recuperação das instalações da Colônia, aprovação do orçamento e a execução da obra”.
Fonte: Tribuna da Bahia
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