A AUSÊNCIA DE MEDIDAS QUE ASSEGUREM AO ELEITOR QUE O CANDIDATO VAI CUMPRIR O QUE PROMETE TEM DISTANCIADO O CIDADÃO DA POLÍTICA.
O Conselho Nacional de Juventude lançou, no dia 19, em Brasília, a Matriz de Monitoramento de Políticas Públicas de Juventude. Como escrevi aqui há algumas semanas, cerca de 13 municípios do Rio de Janeiro contam com o programa Juventude Viva, mas a efetividade das ações ainda não foram implantadas pelos municípios. Nesta mesma semana, acontece a Marcha contra o genocídio da população negra, tendo entre os jovens, homens e negros, seu maior contingente. Isto porque, já dito e repetido aqui, embasado não em meras conjecturas, mas em constatação científica e com uma vasta produção quantitativa e qualitativa.
As marcas podem ser atestadas no Mapa da Violência 2014 e nos anteriores, e ver o tamanho da tragédia brasileira em relação à sua juventude. Se falarmos na educação não saímos daqui, pois são mais de 500 mil os nem nem. Parte ou o todo de uma tragédia que assola principal e preferencialmente a juventude negra, não branca e pobre do Brasil, e ameaça a consolidação de nossa democracia.
Estamos em plena corrida eleitoral, com o jogo em andamento e estas questões são muito importantes para serem negligenciadas. É necessário toda a atenção em relação às propostas e não só. A observação começa na própria campanha. No cuidado com as doações, com as alianças, com a "estética" da campanha, mas principalmente com o olhar sobre a juventude em questão.
"Panfleteiros" engomadinhos, de "boa aparência", cavaletes caros, que teoricamente deveriam ser observados por alguém, são deixados "à vontade" pela cidade, em um claro sinal de que o problema não é dinheiro na hora de lutar para se manter ou chegar ao poder, mas propostas consistentes é o que quer a população.
Isto posto, o que de fato se quer, e principalmente nas camadas mais vulneráveis, nas classes trabalhadoras aviltadas todos os dias, é que se ouça o que a população quer. Não há mais tempo para ignorar a crise de legitimidade das instituições, a crise de representatividade dos políticos, e a desconfiança dos eleitores, principalmente os mais pobres que são sempre os mais penalizados.
Há de se buscar uma urbanidade que contemple a diversidade, respeite-se as questões relativas à mobilidade, e mobilidade não restrita à ampliação dos modais, o que é necessário, mas não só isso.
Mobilidade que garanta a circulação e o encontro. Que não tenha uma divisão social do lazer tão perversa, onde áreas da cidade não possuem nenhuma ou poucas áreas de convivência em relação a outras onde abundam as opções.
Onde a água seja democrática e presente, e não sirva como instrumento de manobras políticas que acirrem as desigualdades na obtenção de direitos mais essenciais. Isso se de fato estiver buscando uma mudança que nos coloque em um patamar melhor como sociedade.
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