Vinte e sete médicos no Brasil tiverem os registros profissionais cassados por assédio sexual contra pacientes desde 2009. Os números chamam atenção após a prisão de Roger Abdelmassih após quatro anos foragido. De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), há um total de 61 cassações também por outros motivos.
Desde a prisão do ex-médico a 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Paulo registrou duas novas denúncias e de acordo com delegada Celi Paulino Carlota até o final da semana cerca de oito novas vítimas, de outras regiões do país, prestarão queixas.
O estado Bahia possui 19.118 médicos com inscrição ativa no órgão, sendo que na capital atuam 11.012 médicos. No ano de 2012, foram recebidas 458 denúncias, com abertura de sindicância para apurar, com 183 processos ético-profissionais abertos e 149 processos ético-profissionais julgados, envolvendo um total de 200 profissionais.
Ainda nesse ano, houve punições, sendo que 95 médicos foram condenados e 105 absolvidos. As penalidades aplicadas pelo Cremeb a médicos foram 22 advertências confidenciais em aviso reservado ; 35 censuras confidenciais em aviso reservado; 32 censuras públicas em publicação oficial; 6 suspensões do exercício profissional por até 30 dias; nenhuma cassação de registro profissional em um total de 95 médicos punidos.
Em 2013 foram recebidas 539 denúncias, com 129 processos ético-profissionais abertos; 150 processos ético-profissionais julgados, envolvendo um total de 207 médicos. Foram 67 médicos condenados e 140 absolvidos, com 15 advertências confidenciais em aviso reservado; 30 censuras confidenciais em aviso reservado; 17 censuras públicas em publicação oficial; 2 suspensões do exercício profissional por até 30 dias; 3 cassações de registro profissional em um total de 67 médicos punidos. Neste ano até ontem, o Cremeb recebeu 417 denúncias, com 122 processos ético-profissionais abertos; 88 processos ético-profissionais julgados.
Exames com técnicos de enfermagem
Sobre queixas na Bahia de assédio, o médico Otávio Marambaia, conselheiro do Cremeb, disse que muitas vezes para algumas pacientes, a técnica de apalpação pode parecer exagerada. Por isto é preciso que o profissional explique o que vai se suceder e siga orientação do Cremeb que recomenda para não fazer exame sem que tenha outro elemento no local.
“Infelizmente não é incomum queixa de pacientes. Mas muitas vezes tem a ver com desconhecimento da técnica do exame. A gente recomenda que os médicos tenham sempre ao seu lado uma técnica de enfermagem”, aconselhou.
Marambaia destaca que “fica a acusação e o médico nega, a não ser que as evidências saltem aos olhos”. Em relação a recentes ocorrências, o conselheiror se limitou a dizer que “não tivemos casos recentes, já houve caso de acusação e coube ao Conselho Federal de Medicina (CFM) analisar”, explicou, acrescentando que todos os que foram confirmados houve condenação. *Com informações da Tribuna
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