15 de abril de 2015

Caso de travesti que mordeu carcereiro também mostra abuso de poder de policias


Agora há pouco, foi publicada uma matéria do caso envolvendo a travesti Veronica Bolina, presa no último domingo (12/04), acusada de agredir uma senhora depois de uma discussão em seu prédio em São Paulo. O caso ganhou grande repercussão após Veronica também ter agredido um carcereiro durante a transferência de cela.
A travesti e o policial teriam iniciado uma luta corporal e, durante a confusão, Veronica mordeu e arrancou um pedaço da orelha do cercereiro. De acordo com o “G1″, o “ataque da travesti a carcereiro só parou após tiros para o alto”, diz a polícia. Mas não ouviram a defesa e nem a versão da acusada, tratada o tempo todo como homem.
Em fotos divulgadas por amigos, mostram Verônica com a cabeça raspada, com o rosto desfigurado devido as agressões e também com os seios expostos. “Não estamos defendendo o que ela fez, mas houve abuso de poder e nada disso está sendo falado. Nem mesmo em outros casos, vemos um preso sendo tratado assim. Por que ela é travesti pode ter a cabeça rapada, ser desfigurada e ficar com os seios expostos? Será que se fosse uma mulher o tratamento seria o mesmo?”, questionou uma amiga de Veronica, que preferiu não se identificar.
O carcereiro foi levado ao Hospital das Clínicas, junto com a parte da orelha, recolhida por outros policiais. Ele foi submetido a uma delicada cirurgia para tentar o reimplante da orelha. Informações sobre a cirurgia ainda não foram divulgadas. Por agredir o carcereiro, a travesti irá responder também por lesão corporal grave. Verônica continua detida na 2º DP.
Verônica gravou o áudio na noite de terça-feira (14) e declarou que estava "possuída" e que apenas foi "contida" pelos policiais. Ela ainda disse que toda "ação tem uma reação" e que os policiais "utilizaram as próprias leis".

"Todo mundo está achando que eu fui torturada pela polícia, mas eu não fui. Eu simplesmente agi de uma maneira que eu achava que estava possuída, agredi os policiais, eles só agiram com o trabalho deles. Não teve agressão de tortura. Cada ação tem uma reação, eu agredi e fui agredida. Eles tiveram que usar das leis deles para me conter, então não teve de nenhuma forma tortura. Eu só fui contida, não fui torturada", declarou ela, que está presa no Distrito Policial do Bom Retiro, em São Paulo
A coordenadora de Políticas para a Diversidade Sexual do Estado de São Paulo, Heloísa Alves, informa que o áudio foi autorizado pela delegacia devido à comoção que se estabeleceu sobre caso. "O meu objetivo como coordenação foi vir à delegacia, ver se a Verônica estava com a integridade física dela garantida, e ela está. Ver o que aconteceu de fato e eu acompanhei todo o relato dela. O que espero desse Conselho é que restaurem a verdade".

Heloísa diz que "está claro que não houve tortura", apesar de salientar que Verônica está realmente machucada. "Ela reconhece que entrou nessa briga, que teve a parte física dela que está realmente machucada, principalmente no rosto, no corpo nem tanto, mas por uma questão do que ela provocou".
CONFIRA AQUI O ÁUDIO: https://www.youtube.com/watch?v=Mq-yP3oiDDA

Nenhum comentário:

Postar um comentário