23 de julho de 2017

A sina suicida dos Vargas

O presidente Getúlio Vargas em 1954, o filho Maneco em 1997 e agora o neto Getulinho se suicidaram com tiros de revólver. Mais que uma maldição, o gesto autodestrutivo é um padrão em famílias com tendência à bipolaridade

Crédito: Gustavo Stephan
FRUSTRAÇÃO Getúlio Dornelles Vargas Neto posa diante do retrato do avô, Getúlio Vargas: os dois se mataram com um tiro (Crédito: Gustavo Stephan)
 “As causas podem ser biológicas e genéticas”, diz o psiquiatra Teng Chei Tung, coordenador do Serviço de Interconsultas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP.
Segundo ele, o quadro de depressão provoca um desejo de se livrar do sofrimento e da falta de perspectiva por meio da autodestruição. O gesto tanto pode ser impulsivo como premeditado. “O suicídio tem várias razões.” Segundo ele, os membros de uma família podem possuir um componente genético comum que os torna propensos à depressão e à bipolaridade. “Estudos mostram padrões dos suicidas como o de deixar um bilhete, que é um clichê e um modo de se colocar como vítima”, diz Tung. “Nada impede que uma pessoa bipolar se mate no auge da alegria, quando se vê frustrada por um fato insignificante.” Os Vargas são um exemplo de motivações suicidas as mais variadas, nem todas heroicas. 

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