9 de junho de 2021

Babalorixá do Ilê Oba L’Okê fala sobre reconhecimento do terreiro como Patrimônio Histórico e Cultural.

 




Cerimônia celebra reconhecimento do Ilê Oba L'Okê como Patrimônio Histórico e Cultural de Lauro de Freitas — Foto: Divulgação



"Dar visibilidade às tradições de matrizes africanas que foram reinventadas no Brasil". Foi o que disse o Babalorixá Vilson Caetano em entrevista ao G1, nesta quarta-feira (9), sobre o reconhecimento do terreiro Ilê Oba L’Okê como Patrimônio Histórico e Cultural de Lauro de Freitas, cidade da Região Metropolitana de Salvador (RMS).
"Esse reconhecimento à nossa comunidade é um passo muito significativo", disse o Babalorixá.

A cerimônia oficial de declaração do Ilê Oba L’Okê como Patrimônio Histórico e Cultural será realizada na quinta-feira (10), a partir das 9h.
Por causa da pandemia da Covid-19, a celebração será restrita às lideranças religiosas, representantes do movimento negro e secretários de governo. O público, no entanto, poderá acompanhar a transmissão da cerimônia pelo canal do terreiro no YouTube e também pelo perfil do Instagram.
"Sentimento de dever cumprido. Somos o primeiro terreiro de candomblé reconhecido como patrimônio de Lauro de Freitas", disse.
"Lauro de Freitas tem poucas atrações turísticas, além das belezas naturais, como as praias da região, nossa casa surge na cidade como um terreiro museu, um espaço de memória, que vai acrescentar para a comunidade", declarou Vilson Caetano.


Cerimônia celebra reconhecimento do Ilê Oba L'Okê como Patrimônio Histórico e Cultural de Lauro de Freitas — Foto: Divulgação



Durante a cerimônia na quinta-feira, a comunidade tocou um alujá, que é um ritmo dedicado ao Orixá Xangô, um dos ancestrais de maior importância no território iorubá, para o qual o terreiro é consagrado.
O título acontece dezesseis anos após o último tombamento realizado pelo Estado no ano de 2005, ocasião em que tombou os terreiros Ilê Axé Opô Aganju e Ilê Axé Ajagunã. No ano anterior, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) inscreveu no Livro de Tombo, o terreiro São Jorge Filhos da Goméia.
Segundo dados da Federação Nacional de Cultos Afro-Brasileiros (FENACAB), a cidade de Lauro de Freitas possui aproximadamente 400 terreiros de candomblé.


Acervo arquitetônico e artístico




Uma das esculturas do Terreiro Ilê Oba L’Okê que foi reconhecido como patrimônio histórico e cultural de Lauro de Freitas — Foto: Divulgação


O Ilê Oba L´Okê reúne um acervo arquitetônico e artístico que foi construído ao longo de 10 anos e contou com a participação do artista plástico Rodrigo Siqueira, um dos idealizadores da casa. O terreiro desenvolve ações sociais e mantém projetos como oficinas profissionalizantes.


De acordo com o Babalorixá Vilson Caetano, que também é professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a ação ajudará a fortalecer outros terreiros, além de estreitar as relações entre os povos e as comunidades tradicionais e o poder público, amenizando desta maneira, os impactos produzidos pelo racismo institucional.

Segundo ele, o reconhecimento é também uma oportunidade de ajudar a implementação da Lei nº 10.639, que tornou obrigatório no sistema de ensino brasileiro o estudo da história do Continente africano e das suas respectivas culturas, assim como o estudo das culturas afro-brasileiras.

Serviço
O quê: Cerimônia de reconhecimento do Ilê Oba L'Okê como Patrimônio Histórico e Cultural
Quando: Quinta-feira (10), a partir das 9h
Onde: Transmissão ao vivo canal do terreiro no YouTube e também pelo perfil do Instagram

Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário