O doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, contaram em depoimento obtido pelo GLOBO à Justiça Federal do Paraná, na tarde de quarta-feira (7), que PT, PMDB e PP estavam envolvidos num esquema de corrupção na Petrobras que consistia na cobrança de propinas de empreiteiras, no qual as obras da estatal eram escolhidas por um cartel de dez empresas, que superfaturavam os preços por algo em torno de 20%, dinheiro que depois era dividido para políticos e diretores da estatal.
Nas declarações de Youssef, o doleiro diz que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva cedeu aos políticos de partidos acusados de participar das fraudes na Petrobras e empossou Paulo Roberto Costa na diretoria de Abastecimento da empresa. No vídeo gravado pela Justiça, obtido pelo GLOBO, "agentes políticos" ameaçaram trancar a pauta do Congresso.
Conforme o Globo, o Instituto Lula foi procurado e informou que tomaria conhecimento do teor das declarações para decidir se vai se manifestar. Youssef afirmou que os pagamentos feitos a Costa eram feitos em dinheiro vivo. Inicialmente, o doleiro entregava para João Claudio Genu e, depois, foi pedido que as entregas fossem feitas para Márcio Lewkowicz, um dos genros do ex-diretor da Petrobras.
Das propinas, segundo Paulo Roberto Costa, 3% iam para os partidos políticos e diretores da estatal. O dinheiro da propina era recebido em dinheiro vivo em residências ou até em shoppings centers. Pelo PP, quem comandava a distribuição da propina era o deputado José Janene (PP-PR) até 2010, quando morreu, e depois o esquema passou a ser comandado pelo doleiro Alberto Youssef. Pelo PT, segundo Costa e Youssef, quem comandava o esquema era o tesoureiro do partido, João Vaccari, enquanto que pelo PMDB, responsável pela diretoria internacional da companhia, quem comandava o esquema de propinas era Fernando Soares, conhecido por Fernando Baiano.
Segundo Costa, dos 3% de cada contrato cobrado como propina, 2% era "para atender ao PT". Em outro depoimento, disse que o partido ficava com o total do dinheiro desviado, de 3%.
O doleiro confirmou que era o responsável por distribuir a comissão paga pelo superfaturamento das obras da Petrobras. Segundo ele, 60% eram destinados aos "agentes políticos", 30% para Paulo Roberto Costa, 5% para João Claudio Genu, ligado ao PP, e ficava com os outros 5%. Ainda de acordo com Youssef, no caso da construtora Camargo Corrêa, uma das empreiteiras citadas no processo, o percentual dividido chegou a 10% do valor de cada tubo fornecido pela empresa Sanko Sider.
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