A propaganda de Dilma Rousseff no primeiro turno gastou quase três semanas desconstruindo Marina Silva. Deu certo. Mas campanha negativa, como diz o nome, não tem como ser 100% benéfica para o autor.
O efeito colateral foi o ressurgimento de Aécio Neves, que, dado como carta fora do baralho, apareceu sem ferimentos de batalha no segundo turno. E, com ele, um partido muito mais preparado para o embate com o PT.
Não dava para pensar que a mesma estratégia de desconstrução daria certo de novo. Em primeiro lugar, porque não há tempo hábil para colar algo em alguém que apareceu do nada. Em segundo, porque cansa (e como cansa) ver alguém que só está disposto a falar mal dos outros.
Por isso, é nítido que as campanhas do PT passaram do tom quando ficam insistindo, por exemplo, na performance de Aécio em Minas ou em declarações de Armínio Fraga. A cascata da autonomia do Banco Central colou em Marina, mas inventar outro monstro econômico foge do bom senso.
Finalmente, o que pega mesmo é que Dilma parece uma candidata de oposição. A lógica seria que ela, como atual presidente, fosse vidraça – e não pedra. Somando isso ao estranho conceito do “Muda Mais”, pela primeira vez em 12 anos o PT está perto de cair em função de um de seus principais trunfos, o marketing político.
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