15 de dezembro de 2020

Ministro da Justiça defende apoio de Bolsonaro a Arthur Lira: 'Ser réu não significa que foi condenado'

 

Em entrevista à Folha, André Mendonça também evitou dizer que houve racismo no caso da morte de João Alberto

[Ministro da Justiça defende apoio de Bolsonaro a Arthur Lira: 'Ser réu não significa que foi condenado']
Foto : Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por Juliana Rodrigues no dia 15 de Dezembro de 2020 ⋅ 10:00

O ministro da Justiça, André Mendonça, defendeu, em entrevista publicada hoje (15) na Folha de S. Paulo, o apoio de Jair Bolsonaro ao líder do PP, Arthur Lira (AL), para a presidência da Câmara. O parlamentar se tornou réu por corrupção passiva em outubro de 2019, no âmbito da Lava Jato.

Para Mendonça, o respaldo ao deputado não é uma contradição à bandeira de combate à corrupção, que elegeu o presidente: "O fato de ser réu não significa que foi condenado. Independentemente de aliado ou não, a Polícia Federal tem atuado com independência. Há uma relação política, agora há uma relação institucional. A relação institucional é de independência das instituições, em nenhum momento, houve ou haverá interferência nesse sentido".

Quase um mês após a morte de João Alberto, em uma loja do Carrefour de Porto Alegre, o ministro falou pela primeira vez sobre o episódio e evitou dizer que houve racismo. "Se houve racismo, tem que ser punido. Sem dúvida. A gente não pode desconsiderar essa hipótese. Não posso dizer que não há racismo. O racismo parte de uma pessoa que não compreende a igualdade do outro em função da sua cor, por exemplo. E se há motivação nesse sentido, ela deve ser punida. A questão do homicídio, muitas vezes, há um número grande relacionado ao crime organizado. Em havendo uma maior sujeição de uma maior população negra vítima desse crime organizado, logicamente que vai alcançá-los dentro dessa proporcionalidade", disse.

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