10 de maio de 2013


Nível de CO2 na atmosfera atinge marca símbolo

  • Concentração chega a 400 partes por milhão em estação no Havaí que há mais tempo acompanha escalada
  • Gás-estufa é considerado um dos principais causadores do aquecimento global

Fumaça escapa de chaminés de uma usina elétrica a carvão: nível de CO2 na atmosfera disparou nos últimos 200 anos pela ação humana
Foto: PETER ANDREWS / REUTERS/PETER ANDREWS
Fumaça escapa de chaminés de uma usina elétrica a carvão: nível de CO2 na atmosfera disparou nos últimos 200 anos pela ação humana PETER ANDREWS / REUTERS/PETER ANDREWS
RIO – Como esperado, a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera no Hemisfério Norte chegou à marca símbolo de 400 partes por milhão (ppm), considerada por muitos cientistas o limite a partir do qual um aumento da temperatura média global em 2 graus Celsius será inevitável nas próximas décadas. Embora tal nível já tenha sido atingido no ano passado durante o verão no Ártico, desta vez a medição vem de uma estação de monitoramento no topo da montanha Mauna Loa, no Havaí, que funciona desde 1958. O índice coletado por esta estação, conhecido como “Curva de Keeling”, é o mais longo registro ininterrupto do nível do gás na atmosfera terrestre, sendo, por isso, visto como um padrão por cientistas climáticos de todo o mundo.
Considerado um dos principais gases-estufa causadores do aquecimento global, a última vez que a concentração CO2 chegou a esta marca foi na época do Plioceno, entre 3,2 milhões e 5 milhões de anos atrás, quando o clima na Terra era de 2 a 3 graus Celsius mais quente do que hoje e o nível do mar 25 metros mais alto. Estima-se que há 200 anos, no início da Revolução Industrial, esta concentração estava em cerca de 280 ppm.
Em entrevista a O GLOBO no fim de abril, Ralph Keeling - geofísico do Instituto Scripps de Oceanografia da Universidade da Califórnia em San Diego e filho de Charles David Keeling, pioneiro no estudo dos gases-estufa e seus efeitos no clima global e responsável pela implantação da estação de monitoramento do Havaí – afirmou esperar que a marca sirva de alerta para que governos e diplomatas destravem as negociações para redução das emissões globais de CO2. Segundo ele, devido às diferenças na industrialização e concentração urbana entre os hemisférios Norte e Sul e os padrões de circulação atmosférica, só no ano que vem a marca deverá ser registrada também por estações abaixo do a Linha do Equador.


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