25 de outubro de 2015

60% dos interessados em vagas temporárias de fim de ano estão desempregados


60% dos interessados em vagas temporárias de fim de ano estão desempregados
Foto: Marcos Santos/ USP Imagens
Com a economia em recessão, o emprego temporário de fim de ano, ainda que mais escasso em 2015, é uma saída encontrada pelos desempregados para voltar ao mercado de trabalho e conseguir alguma renda para quitar dívidas pendentes com contas básicas da casa, como luz, água, aluguel e com despesas de estudo. O quadro é completamente diferente do que ocorria num passado recente, quando a economia estava em pleno emprego e os brasileiros se candidatavam a uma vaga temporária para complementar a renda. Neste ano, 60% dos que procuram um trabalho para o período de Natal e ano-novo estão desempregados. É um resultado significativamente maior do que em 2014, quando 45% dos candidatos estavam nessa condição, aponta pesquisa da Vagas.com, empresa de tecnologia para recrutamento e seleção. "Apesar de o desemprego ter subido, fiquei surpreso com esse resultado. A minha expectativa era que a parcela de desempregados candidatos a uma vaga temporária chegasse, no máximo, a 50%", disse Rafael Urbano, coordenador do estudo. Segundo ele, a pesquisa foi feita com uma amostra nacional de 1.133 candidatos que integram a base de dados da empresa. Eles foram consultados entre os dias 29 de setembro e 5 de outubro. Outro dado que confirma que o emprego temporário é uma alternativa para os desempregados afetados pela crise é que 60% deles estão sem trabalho há pelo menos nove meses, período em que a recessão piorou e as empresas começaram a demitir. O perfil de quem busca um emprego temporário é muito mais jovem do que em períodos anteriores. Em 2015, a idade média dos candidatos é de 26 anos, ante 30 anos em 2014. Também aumentou significativamente, passou de 12% em 2014 para 30% em 2015, a parcela dos candidatos com idade entre 14 anos e 19 anos. De certa forma, esse resultado é um reflexo do desemprego maior nessa faixa etária. Em setembro, a Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a taxa de desemprego entre os que têm 18 anos e 24 anos atingiu 18,4% nas seis regiões metropolitanas do País, a mais alta entre todas as faixas etárias. No mesmo período, o desemprego médio nacional foi de 7,6%.

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