11 de fevereiro de 2021

‘Primeiro era preciso recuperar o que já existe’, diz presidente da FMLF sobre a Baixa dos Sapateiros

 

Fundação Mário Leal Ferreira é responsável pelos projetos de revitalização da região

[‘Primeiro era preciso recuperar o que já existe’, diz presidente da FMLF sobre a Baixa dos Sapateiros]
Foto : Pedro Moraes/GOVBA

Por Gabriel Amorim no dia 11 de Fevereiro de 2021 ⋅ 17:00

Que a Baixa dos Sapateiros se transformou muito ao longo de décadas não é novidade, mas a avenida não foi a única que mudou. Ao longo dos anos, muitas ideias de projeto para a região foram engavetadas e ficaram apenas no imaginário de quem esperava pelas novidades. Dentre aquilo que não virou realidade está uma passarela ligando o Campo da Pólvora à Barroquinha e um túnel que conectava a Barroquinha à Lapa. Quem é responsável pelos projetos na região explica: ‘Primeiro era preciso recuperar aquilo que já existe’. 

A justificativa foi dada por Tânia Scofield, presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), órgão vinculado à prefeitura e que é responsável pelos projetos de intervenção da cidade, inclusive os realizados na Baixa. Tânia explica que as intervenções já realizadas na região representam um primeiro movimento, que busca recuperar a área, antes de criar novos equipamentos. "Primeiro era preciso recuperar o que existe na área e estava degradado, que é o caso da via, dos terminais e do mercado, que já estavam lá e que foram abandonados por anos, entrando nesse processo de degradação física e ambiental. Depois dessa recuperação é que vai se pensar em outras alternativas. È um processo”, explica a presidente da FMLF.

Segundo Scofield, as intervenções na Baixa dos Sapateiros começaram a sair do papel em 2018 e desde então já foram realizadas a recuperação da via propriamente dita - no trecho entre o Aquidabã e o Largo Dois Leões - e a revitalização do Mercado de São Miguel, entregue em 2020. As obras do Terminal da Barroquinha, também parte do pacote, já estão em curso, e um outro terminal da região, o do Aquidabã, terá as obras licitadas em breve. “Estamos recuperando a Baixa dos Sapateiros através de alguns equipamentos. Primeiro passo foi a recuperação da via de fato, que é uma via de tráfego intenso, de comércio forte. Depois partimos para algumas regiões muito importantes, para requalificar, que é esse movimento de dar outra qualidade ao lugar. Todos os projetos foram discutidos com os comerciantes”, explica Tânia, que completa falando das ideias que não seriam do papel, como é o caso da passarela. “São projetos mais complexos, muito mais complexos, e de custo mais alto. Não são obras simples”, avalia a profissional.

A arquiteta e urbanista ainda ressalta que, depois das obras já previstas serem concluídas, é necessário um estudo detalhado para entender o que fazer em seguida. “Vocẽ implementa ações, executando projetos, e aí precisa avaliar os resultados. Começamos a trabalhar na região entre 2018 e 2019 e logo depois veio a pandemia. Agora, a gente esperava ja ṕoder avaliar os impactos e resultados, saber o que mudou, o que dinamizou, qual a nova dinâmica da região, a gente não pode avaliar durante a pandemia, com comércio fechado, cheio de restrições, temos uma outra dinâmica na cidade então não dá para fazer agora essa avaliação”, diz ela sobre os trabalhos que devem seguir sendo realizados durante todo o ano de 2021. A análise dos impactos das obras de requalificação, segundo a profissional, só poderá ser feita da forma correta, depois que a pandemia acabar e a rotina da cidade se normalizar

E o futuro?

Apesar da demora imposta pela pandemia, Tânia reconhece que ainda é preciso fazer mais pela região, para que a Baixa dos Sapateiros volte a ser atrativa como antes. A presidente da FMLF. no entanto, acredita que não é possível estar preso às lembranças e a realidade que a avenida viveu nas décadas passadas. “Talvez você não traga de volta a mesma Baixa dos Sapateiros de anos atrás. Mas é importante que a gente dê a ela uma dinâmica que ela precisa ter agora. Esses projetos são o passo inicial para torná-la atrativa novamente, mas isso é algo que precisa ainda ser discutido” .

Na opinião da especialista, não só obras mas outros pontos precisam ser levados em consideração. É preciso discutir pontos como soluções de trânsito e até recuperação de outros equipamentos culturais como o famoso cinema Jandaia. Entre as obras, para Tânia, uma das soluções que fariam grande diferença é uma ideia antiga: o túnel de pedestre ligando a Barroquinha até a Lapa. “É um projeto importante porque liga não só a Baixa dos Sapateiros, mas toda a região do Centro Histórico com a Lapa. É uma ligação que não liga só dois pontos, mas que envolve o Comércio, o Elevador Lacerda. Abrir caminhos, conectar pontos e integrar regiões da cidade é muito importante. A cidade precisa ser pensada assim, em seus diversos pontos e a Baixa dos Sapateiros precisa ser pensada dentro da cidade. Ela não é isolada e não pode ser pensada isoladamente”, defende Scofield.

Fonte: Metro 1

Nenhum comentário:

Postar um comentário