11 de fevereiro de 2021

Variante do coronavírus britânico já vista no Brasil é uma preocupação, 'provavelmente varrerá o mundo', diz cientista

 

.Já há até agora 21 casos dessa perigosa mutação

Foto: Reuters/Adrew Coldridge
Credit...Foto: Reuters/Adrew Coldridge

A variante do coronavírus encontrada pela primeira vez na região britânica de Kent é uma preocupação porque poderia minar a proteção dada pelas vacinas contra o desenvolvimento da covid-19, disse o chefe do programa de vigilância genética do Reino Unido. Ele garante que a variante é dominante no país, sendo provável que "varra o mundo, com toda a probabilidade".

O coronavírus matou 2,35 milhões de pessoas e virou a vida normal de cabeça para baixo por bilhões, mas algumas novas variantes preocupantes de milhares levantaram temores de que as vacinas precisarão ser ajustadas e as pessoas podem precisar de vacinas de reforço. 

Sharon Peacock, diretor do consórcio covid-19 Genomics UK, disse que as vacinas eram até agora eficazes contra as variantes no Reino Unido, mas que mutações poderiam potencialmente minar as vacinas.

"O que se preocupa com isso é que o 1.1.7. variante que temos circulado por algumas semanas e meses, está começando a sofrer mutações novamente e obter novas mutações que podem afetar a maneira como lidamos com o vírus em termos de imunidade e eficácia das vacinas", disse Peacock à BBC.

"É preocupante que o 1.1.7., que é mais transmissível e que varreu o país, agora está mudando para ter essa nova mutação que poderia ameaçar a vacinação."

A nova mutação, identificada pela primeira vez em Bristol, no sudoeste da Inglaterra, foi designada como "Variante da Preocupação", pelo New and Emerging Respiratory Virus Threats Advisory Group.

Há até agora 21 casos dessa variante que tem mutação E484K, que ocorre na proteína de pico do vírus, a mesma mudança que tem sido vista nas variantes sul-africana e brasileira.

"É preciso ser realista que essa mutação em particular tenha surgido em nosso tipo de linhagem, pelo menos cinco vezes - cinco vezes distintas. E então isso vai continuar aparecendo", disse Peacock.

Há três grandes variantes conhecidas que preocupam os cientistas: a variante sul-africana, conhecida pelos cientistas como 20I/501Y. V2 ou B.1.351; a chamada variante Reino Unido ou Kent, conhecida como 20I/501Y. V1 ou B.1.1.7; e a variante brasileira conhecida como P.1.

A variante britânica é mais infecciosa, mas não necessariamente mais mortal que outras.

"Uma vez que chegarmos em cima (do vírus) ou ele se transforma em ser virulento - causando doenças - então podemos parar de nos preocupar com isso. Mas acho que, olhando para o futuro, vamos fazer isso por anos. Nós ainda vamos fazer isso por uns 10 anos, na minha opinião", disse o cientista.

As duas vacinas covid-19 desenvolvidas pela Pfizer/BioNTech e astraZeneca protegem contra a principal variante britânica.(com agência Reuters)

Fonte: JB

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