Foto: Tácio Moreira/Metropress
Em entrevista à Rádio Metrópole na manhã desta segunda-feira (12), o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, que recentemente assumiu a coordenação do Conselho de Desenvolvimento Econômico do Estado, comentou as delações da Odebrecht que citam seu nome. "O motivo da ajuda é problema deles. Está virando moda, vaza [a delação] e já estão criminalizando o cara. Minha relação com os empresários é transparente. O importante é o MP investigar. Eu vou esperar, estou à disposição da Justiça e tenho minhas contas aprovadas", garantiu Wagner.
O ex-governador também comentou sua relação com os empresários e declarou que foi contra interesses da Odebrecht várias vezes em seu governo. "Não tem quantias, eu não tenho nada para esconder. Nunca houve 'É dando que se recebe'. Na delação ele inclusive fala que eu não era bem visto na empresa, diz que eu não facilitava. Quando eu ganhei em 2006 o candidato deles não era eu. Eles me chamaram duas vezes para eu retirar a minha candidatura, o Emílio [Odebrecht] e o Marcelo [Odebrecht]. Eles assinaram uma PPP com o governo anterior, para fazer o emissário submarino da Embasa e eu cancelei", contou o ex-governador. "Depois teve a Via Expressa, eles achavam que a obra era deles, o Cláudio Melo foi no meu gabinete. Eu disse que tinha que ter licitação, eles nem entraram na licitação e outro membro do governo ofereceu a obra para eles. Eles perderam também a obra do metrô, tenho testemunhas de empresários da própria empresa. Quando chegou na campanha eu pedi [financiamento] a eles, como pedi a outras", declarou.
Wagner esclareceu ainda sobre uma dívida da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb), que teria sido citada na delação. "Na época de Nilo [Coelho] tinha uma dívida, ACM não pagou, eles fizeram de tudo para receber o valor dessa dívida, depois fizemos uma negociação para pagar e estamos pagando em 80 vezes", disse a MK.
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