9 de dezembro de 2016

"Foi um homicídio", diz ministro da Bolívia sobre voo da Chapecoense

Foto: Luis Benavides/AP
O ministro da Defesa da Bolívia, Reymi Ferreira, declarou nesta sexta-feira (9) que a queda do avião da Chapecoense, na Colômbia, no último dia 29 de novembro, "foi um homicídio".
Em entrevista à rádio paraguaia ABC Cardinal, o ministro afirmou: "Não foi um acidente. Na realidade foi um homicídio". De acordo com ele, se o piloto Miguel Quiroga, um dos sócios da Lamia, empresa proprietária do avião, tivesse cumprido as normas, "o mundo não estaria lamentando a tragédia".
A aeronave transportava a delagação da Chapecoense, jornalistas e convidados do time para a final da Copa Sul-Americana na cidade de Medellín, na Colômbia.
"Há uma norma internacional que estabelece que você tem que ter pelo menos uma hora e meia de autonomia a partir do cálculo da chegada a seu destino. E ele tinha, de acordo com o plano de voo, exatamente a mesma quantidade de combustível para as quatro horas e vinte minutos que supostamente iria durar o voo”, afirmou Ferreira.
O ministro afirmou ainda que o erro já havia sido cometido antes. "E isso não foi feito uma vez. Essa companhia aérea, esse piloto, fez isso cinco vezes", disse.
Gerente preso
O gerente da Lamia, Gustavo Vargas foi detido na útima terça-feira (6) e ficará sob custódia da polícia até o final das investigações. O empresário é acusado de abandono do dever, uso indevido de influências e homicídio culposo, além de outros crimes. Para o ministro boliviano, o processo de obtenção da licença da Lamia também deve ser alvo das investigações.
"É preciso investigar que relação existia entre o gerente da LaMia [Vargas] e seu filho [que també se chama Gustavo Vargas e foi preso na última quinta-feira (8)], que era um dos responsáveis da direção-geral da Aeronáutica Civil, que é a que outorga as permissões de licenças de aeronáutica. Esse é um elemento em que possivelmente há tráfico de influência", disse à rádio.
"Na Bolíva, a autorização de uma companhia aérea, ao menos desse tipo, demora muitíssimo. E chama atenção a rapidez e os poucos requisitos que foram pedidos. Há uma suspeita da parte do governo e do Ministério Público, que nesse caso, está investigando, de que teria havido um tráfico de influência”, acrescentou.

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